Palavras mortas que falam da vida

Pensamento torto, pensamento vazio, pensamento construído de emoção, não consegue dar vazão, senão pela fúria inexpressa. Essa coalizão da linguagem, o som morto da palavra, o ser mitológico que outrora vivia. Não pense que o pensamento salva. Ele adoece. Há quem diga que apodrece, causa senilidade, envelhece, deixando o rastro branco, isso quando não deixa calvo o desejo. Itinerante, essa fúria pulsional que quer destruir o arbítrio deixa de ser funcional, estranhece no sentido, entristece os sentidos, emudece o resto, essa memória do que não mais serve. A mente quer vagar em loop, esconder o lado lúgubre hesitoso em ternura, ruge solto além do sopro que tarda em verificar em quanto tempo falta aninhar a solidão na ponta da pena que sossega em pleno voo a altitude do volume morto, de vão em vão surge o barulho equívoco do motor da sofreguidão o horror que isso causa lembra o ato de dizer “estranho sou eu em conceber o triste fardo do caminho traçado” e quando o sol se entardecer, vamos enternecer o que eternesce no longínquo horizonte, assim a alma não intumesce. Mais uma vez digo a mim mesmo que consigo. Esta é uma luta contra o destino. O viés está escondido nas curvas tortas do umbigo. Onde está o litígio?

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